Métodos: Foram utilizados 40 (quarenta) coelhos
adultos, machos, da raça Nova Zelândia, aparentemente
sadios e com peso médio de 2,0 Kg, divididos em quatro
grupos:G1- Animais submetidos ao transplante autólogo e
segmento circunferencial de traquéia (n =10);G2 - Animais
submetidos ao transplante autólogo de segmento total de
traquéia (n =10);G3 - Animais submetidos ao transplante
homógeno de segmento circunferencial da traquéia
(n =10);G4 - Animais submetidos ao transplante homógeno
de segmento total da traquéia (n = 10).
Como medicação pré-anestésica foram
utilizados Sulfato de Atropina na dose de 0,01 Mg/Kg intramuscular
e Cetamina na dose de 5-7 Mg/Kg intramuscular. Através
de incisão mediana cervical anterior a traquéia
foi exposta e retirado fragmento retangular de aproximadamente
1,5x 2,5 cm compreendendo três anéis traqueais, no
terço médio da traquéia cervical e fixado
novamente o segmento retirado ( auto-transplante circunferencial
) ou o correspondente de traquéia heteróloga das
mesmas dimensões obtido de outro coelho com a mesma técnica
descrita ( transplante homógeno circunferencial ).
Terminada a sutura, a consistência da anastomose foi testada
deixando-se a mesma imersa em solução fisiológica
e promovendo uma hipertensão na cânula de intubação,
provavelmente colocada proximalmente à anastomose. No transplante
homógeno total, um segmento total de traquéia compreendendo
três anéis, serão retirados e transplantados
em outro animal em tempos simultâneos. A técnica
utilizada será a mesma descrita anteriormente.
Os coelhos foram anestesiados novamente em trinta dias e a resposta
à ventilação mecânica testada através
da hiper-pressão na cânula de intubação,
testando-se novamente a consistência da anastomose e observando
o surgimento de enfisema subcutâneo e outros sinais de ruptura
traqueal.
Os segmentos transplantados foram retirados, imersos em solução
de formol 10% e encaminhados para estudo anátomo-patológico
com coloração de hematoxilina-eosina para verificação
do comportamento cicatricial, verificação de rejeição,
processo inflamatório e proliferação granulomatosa.
Resultados: Observou-se a ocorrência de fístula
traqueal em 35 % dos auto-transplantes e em 64% dos transplantes
homógenos de segmento total de traquéia. A presença
das fístulas foi relacionada com a formação
de reação de corpo estranho no local dos pontos
de implante na traquéia.A resistência à pressão
ventilatória mostrou-se estável nas primeiras duas
semanas com ocorrência de fístulas após este
período.Os autotransplantes e os transplantes de segmentos
homógenos circunferenciais apresentaram melhor incorporação
à trasquèia e menor número de fístulas(
p<0,05).
Conclusão: Os trabalhos da literatura, evidenciam
que grande número de investigações são
desenvolvidas no intuito de encontrar um substituto ideal para
a traquéia. A possibilidade do emprego de transplantes
de traquéia para tratar complicações relacionadas
à ventilação mecânica e substituição
de segmentos ressecados por tumores desponta como uma possível
alternativa em futuro próximo.
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