Objetivo: Visamos esclarecer se o peritôneo deve
ou não ser fechado, em caso de procedimento cirúrgico
que envolva sua abertura, e, se fechado, qual a sutura e tipos
de fios que provocam, em associação, os menores
índices de aderências.
Métodos: Foram utilizados 150 ratos fêmeas,
de aproximadamente 100 gramas, da linhagem Wistar, os quais foram
submetidos a uma anestesia com uma mistura de 1,5 mL de ketamina
para 0,6 mL de xelasina, e dessa solução foi utilizada
uma dose de 0,21 mL/100g; depois de anestesiados os ratos foram
tricotomizados, foi realizada anti-sepsia com PVPI tópico.
Foi feita incisão mediana ventral, de aproximadamente 2
cm, com posterior incisão peritoneal de mesmo tamanho.De
160 animais utilizamos 45 animais, em três subgrupos de
15, os quais tiveram seus peritoneos suturados com fio Nylon em
três diferentes tipos de suturas: chuleio simples, chuleio
ancorado e bolsa de tabaqueira; e posteriormente sacrificados
nesta seqüência: 5 animais de cada subgrupo no 5º,
10º e 15-º dias pós-operatório. Prosseguindo
o trabalho utilizamos outros 45 animais, subdivididos como anteriormente
em 3 subgrupos de 15 animais, porem foi utilizado Vycril no fechamento
peritoneal. E outros 45 ratos também subdivididos iguais
previamente citado nos quais foi utilizado Nylon para fechamento
do peritôneo. Nos 15 ratos subseqüentes o peritôneo
foi deixado aberto. Em todas as suturas peritoneais foi utilizado
fio 3,0 e nas suturas cutâneas foi utilizado fio mononylon
4,0 com sutura simples.
Resultados: No grupo no qual o peritôneo foi suturado
com CatGut obtivemos os seguintes resultados: no subgrupo suturado
com chuleio simples 60% dos ratos tiveram aderência peritoneal
no 5º e 10º DPO e 40% no 15º DPO; já no
grupo suturado com chuleio ancorado, os resultados foram os seguintes:
20% apresentaram aderecia peritoneal no 5º e 10º DPO
e 40% no 15º DPO; e, no grupo suturado com bolsa de tabaqueira,
foram: 20% apresentando aderência peritoneal no 5º
DPO, nenhuma aderência no 10º DPO e 20% no 15º
DPO.
No grupo no qual o peritôneo foi suturado com Vicryl obtivemos
os seguintes resultados: no subgrupo suturado com chuleio simples
20% dos ratos tiveram aderência peritoneal no 5º, 40%
no 10º DPO e 60% no 15º DPO; já no grupo suturado
com chuleio ancorado, os resultados foram os seguintes: 20% apresentaram
aderência peritoneal no 5º, nenhuma no 10º DPO
e 40% no 15º DPO; e, no grupo suturado com bolsa de tabaqueira,
foram: 40% apresentando aderência peritoneal no 5º
DPO, 60% no 10º DPO e 40% no 15º DPO.
No grupo no qual o peritôneo foi suturado com Nylon obtivemos
os seguintes resultados: no subgrupo suturado com chuleio simples
20% dos ratos tiveram aderência peritoneal no 5º, 40%
no 10º DPO e 40% no 15º DPO; já no grupo suturado
com chuleio ancorado, os resultados foram os seguintes: 60% apresentaram
aderência peritoneal no 5º, nenhuma no 10º DPO
e 20% no 15º DPO; e, finalmente, no grupo suturado com bolsa
de tabaqueira, os resultados foram: nenhuma aderência peritoneal
no 5º e 10º DPO e 40% no 15º DPO.
No grupo no qual o peritôneo não foi suturado os
resultados foram 60% de aderências no 5º DPO e 40%
de aderência no 10º e 15º DPO.
Conclusão: Diante dos resultados, podemos concluir
que o peritôneo deve ser fechado em todas as cirurgias que
envolvam a sua abertura, sendo que se for realizada com fio CatGut
ou Nylon a sutura que apresenta o menor índice de aderência
peritoneal é bolsa de tabaqueira seguida por chuleio ancorado;
todavia, se o peritôneo for sutura com fio Vicryl a sutura
com melhor resultado é a chuleio ancorado seguida por chuleio
simples.
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