TORÇÃO DA VESÍCULA BILIAR

OLIVEIRA, A.A.; OLIVEIRA, A.C.C.; OLIVEIRA, J.R.; GUIDOUX, G.N.

Hospital Universitário Alzira Velano
Faculdade de Ciências Médicas da UNIFENAS

Objetivo: Visamos esclarecer se o peritôneo deve ou não ser fechado, em caso de procedimento cirúrgico que envolva sua abertura, e, se fechado, qual a sutura e tipos de fios que provocam, em associação, os menores índices de aderências.

Métodos: Foram utilizados 150 ratos fêmeas, de aproximadamente 100 gramas, da linhagem Wistar, os quais foram submetidos a uma anestesia com uma mistura de 1,5 mL de ketamina para 0,6 mL de xelasina, e dessa solução foi utilizada uma dose de 0,21 mL/100g; depois de anestesiados os ratos foram tricotomizados, foi realizada anti-sepsia com PVPI tópico. Foi feita incisão mediana ventral, de aproximadamente 2 cm, com posterior incisão peritoneal de mesmo tamanho.De 160 animais utilizamos 45 animais, em três subgrupos de 15, os quais tiveram seus peritoneos suturados com fio Nylon em três diferentes tipos de suturas: chuleio simples, chuleio ancorado e bolsa de tabaqueira; e posteriormente sacrificados nesta seqüência: 5 animais de cada subgrupo no 5º, 10º e 15-º dias pós-operatório. Prosseguindo o trabalho utilizamos outros 45 animais, subdivididos como anteriormente em 3 subgrupos de 15 animais, porem foi utilizado Vycril no fechamento peritoneal. E outros 45 ratos também subdivididos iguais previamente citado nos quais foi utilizado Nylon para fechamento do peritôneo. Nos 15 ratos subseqüentes o peritôneo foi deixado aberto. Em todas as suturas peritoneais foi utilizado fio 3,0 e nas suturas cutâneas foi utilizado fio mononylon 4,0 com sutura simples.

Resultados: No grupo no qual o peritôneo foi suturado com CatGut obtivemos os seguintes resultados: no subgrupo suturado com chuleio simples 60% dos ratos tiveram aderência peritoneal no 5º e 10º DPO e 40% no 15º DPO; já no grupo suturado com chuleio ancorado, os resultados foram os seguintes: 20% apresentaram aderecia peritoneal no 5º e 10º DPO e 40% no 15º DPO; e, no grupo suturado com bolsa de tabaqueira, foram: 20% apresentando aderência peritoneal no 5º DPO, nenhuma aderência no 10º DPO e 20% no 15º DPO.
No grupo no qual o peritôneo foi suturado com Vicryl obtivemos os seguintes resultados: no subgrupo suturado com chuleio simples 20% dos ratos tiveram aderência peritoneal no 5º, 40% no 10º DPO e 60% no 15º DPO; já no grupo suturado com chuleio ancorado, os resultados foram os seguintes: 20% apresentaram aderência peritoneal no 5º, nenhuma no 10º DPO e 40% no 15º DPO; e, no grupo suturado com bolsa de tabaqueira, foram: 40% apresentando aderência peritoneal no 5º DPO, 60% no 10º DPO e 40% no 15º DPO.
No grupo no qual o peritôneo foi suturado com Nylon obtivemos os seguintes resultados: no subgrupo suturado com chuleio simples 20% dos ratos tiveram aderência peritoneal no 5º, 40% no 10º DPO e 40% no 15º DPO; já no grupo suturado com chuleio ancorado, os resultados foram os seguintes: 60% apresentaram aderência peritoneal no 5º, nenhuma no 10º DPO e 20% no 15º DPO; e, finalmente, no grupo suturado com bolsa de tabaqueira, os resultados foram: nenhuma aderência peritoneal no 5º e 10º DPO e 40% no 15º DPO.
No grupo no qual o peritôneo não foi suturado os resultados foram 60% de aderências no 5º DPO e 40% de aderência no 10º e 15º DPO.

Conclusão: Diante dos resultados, podemos concluir que o peritôneo deve ser fechado em todas as cirurgias que envolvam a sua abertura, sendo que se for realizada com fio CatGut ou Nylon a sutura que apresenta o menor índice de aderência peritoneal é bolsa de tabaqueira seguida por chuleio ancorado; todavia, se o peritôneo for sutura com fio Vicryl a sutura com melhor resultado é a chuleio ancorado seguida por chuleio simples.