Trabalho Científico - Hospital Universitário Alzira Velano.

TRAUMA TORÁCICO DECORRENTE DE FERIMENTO POR ARMA BRANCA. RELATO DE CASO

RUANO, R.M.; AMARAL, N.F.F.; MOTA, F.L.; SUKEDA, D.H.; ALCÂNTARA, R.B.
Universidade de Alfenas – MG – Brasil (rafael_ruano@hotmail.com)

INTRODUÇÃO: O trauma de tórax é responsável por aproximadamente 25% da mortalidade relacionada ao trauma de forma direta e outros 25% da mortalidade decorrem de complicações torácicas. A avaliação clínica inicial e complementar é de extrema importância para que não passem lesões desapercebidas. Algumas situações exigem toracotomia de emergência e a escolha da via de abordagem pode definir o resultado do tratamento.
RELATO DE CASO: WPF, 28 anos, masculino, deu entrada no PS do Alzira Velano

minutos após sofrer agressão por FAB. Ao exame: BEG, estável, consciente, Glasgow 15, eupneico, eucárdico, PA: 110x80mmHg, acianótico. ApRp: presença de ferimento perfuro-cortante de aproximadamente 2cm em HTX D posterior em região de borda inferior de escápula; MV diminuído em HTX D. Rx tórax: presença de arma branca com 20x2cm, ocupando base da HTX D até região posterior de mediastino, associado a um pequeno derrame pleural e ausência de PTX. TC tórax com contraste: presença de arma branca em região torácica D posterior (borda inferior da escápula), que atravessou o corpo vertebral, penetrando no mediastino posterior E, alojando-se junto à aorta torácica descendente; não houve extravasamento de contraste. Encaminhado ao bloco cirúrgico, realizado drenagem torácica bilateral e toracotomia mediana com janela xifóide e anterior E, pericardiotomia, abertura do mediastino posterior e retirada da arma branca, que se encontrava alojada em corpo vertebral, junto à aorta. Evoluiu com pericardite no 1° DPO e recebeu alta no 16º DPO.
DISCUSSÃO: O trauma torácico é muito comum no politraumatizado e são causados por lesões com risco de vida imediato ou com potencial risco de vida e necessita de diagnóstico precoce e atuação imediata. Os ferimentos transfixantes do mediastino possuem alta mortalidade. Apesar deste paciente chegar ao nosso serviço estável, somente com uma pequena porta de entrada em região torácica, a correta avaliação clínica inicial e complementar demonstrou a gravidade do quadro.